domingo, 19 de maio de 2013

Na diversidade, a dignidade



Publicado em 16/05/2013
Por Karla Maria
17 de maio de 1990, a Organização Mundial de Saúde retira a homossexualidade da lista de doenças. Em 1991, a Anistia Internacional passa a considerar que a discriminação contra homossexuais é uma violação aos direitos humanos.

O Dia Internacional contra a Homofobia é celebrado em 17 de maio. A data foi escolhida lembrando a exclusão da homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), da Organização Mundial da Saúde (OMS), em maio de 1990, oficialmente declarada em1992.
O termo homofobia quer dizer: medo do homossexual. Na verdade, mais do que medo, muitas pessoas sentem estranhamento, que manifestam, em forma de distância, indiferença, desprezo ou até violência, atitudes estas que ferem os direitos mais básicos, como a dignidade, a segurança e a paz de quem as sofre.

“Senti o preconceito pela primeira vez na escola, me senti diferente”, disse R. G., 16 anos, de São Caetano de Odivelas, no Pará. “Foi na escola, quando tinha meus 10 anos, que eu era chamado de bichinha e era apon­tado como o gay da cidade”, lembra o mineiro A. S., de 25 anos.

Os depoimentos dão vida a números que apontam: em escolas públicas brasileiras, 87% dos alunos, pais, profes­sores e funcionários têm algum grau de preconceito contra homossexuais. O dado divulgado pela Faculdade de Economia, Administração e Con­tabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) revela que é também na escola, onde se aprende a ver o mundo, que estudantes e educadores homossexuais enfrentam diariamente a homofobia.

Mas a homofobia também está nas ruas, matando. Dados da Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal revelam que, através do ser­viço de denúncias, o Disque Direitos Humanos (Disque 100), todos os dias são registradas 3,4 denúncias de violência contra homossexuais, totalizan­do, somente no ano de 2011, 1.259 denúncias. Em 2010, o Grupo Gay da Bahia (GGB) documentou 266 assassinatos de homossexuais, o que leva ao assassinato de um homosse­xual no Brasil, a cada 36 horas, um número 785% maior que nos Estados Unidos.

Acolhida na igreja − É diante dessa realidade que o jovem R.G. e sua amiga Glendha Mayra Maciel, de 16 anos, ambos da cidade de São Caetano de Odivelas, sugeriram à paróquia, onde frequentam o Grupo de Jovens, a pensar na possibilidade de criar uma Pastoral da Diversidade, que também contempla a realidade do jovem ho­mossexual. “Somos uma comunidade pequena, a Pastoral ainda é um tabu muito grande para nós. Eu falei sobre ela (Pastoral da Diversidade), a ideia foi bem aceita, pois quase todos os jovens já sofreram algum tipo de preconceito, seja porque são negros, gordos ou magros. Vivemos em uma sociedade onde o egoísmo é predo­minante.” Para Glendha, a sociedade ainda é muito preconceituosa. “Existe muito preconceito contra os gays, aliás tenho parentes que são preconceituo­sos. Não sou homossexual, mas desejo que todos sejam respeitados.”

R. G. e Glendha tomam como ponto de partida as orientações da Campa­nha da Fraternidade (CF) 2013, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A CF propos: “Olhar a realidade da juventude, acolhendo-a com a riqueza de suas diversidades, propostas e potencialidades; entendê-los e auxiliá-los neste contexto de pro­fundo impacto cultural e de relações midiáticas; fazer-se solidária em seus sofrimentos e angústias, especialmente junto aos que mais sofrem com os desafios dessa mudança de época e com a exclusão social”.

Uma porta de acolhida − Iniciativas de grupos católicos têm sido uma porta de acolhida e diálogo pelo mundo. Desde 2007, a Diocese de Westmins­ter, em Londres, Inglaterra, recebia a comunidade gay para celebrar a Eucaristia na Paróquia Nossa Senho­ra da Assunção, no bairro Soho. Em janeiro deste ano, o arcebispo Vincent Nichols decidiu encerrá-las. Para o pároco, monsenhor Seamus O’Boyle, o tempo de trabalho com a comunidade gay foi muito gratificante. “Ver esta comunidade crescer, e fazê-los sentir que poderiam vir à Igreja, e fazer parte da Igreja foi algo muito maravilhoso, mas não interpretado dessa maneira por todos os outros.”

Em comunicado, o arcebispo escla­receu que as missas, em Soho, tenta­ram “estender o cuidado pastoral da Igreja para aqueles que experimentam a atração pelo mesmo sexo”, que era “um esforço para levar a cabo o ensinamento de Jesus, o de amar o próximo”. Em março, definiu-se que novas missas serão celebradas aos domingos, em uma igreja jesuíta, no centro de Londres.

Em São Paulo, um grupo fundado em 2010, chamado Pastoral da Diver­sidade, ainda sem o reconhecimento oficial da arquidiocese celebra a Eucaristia, partilha o Evangelho e acolhe os ho­mossexuais. “A Pastoral vive ainda ‘nas catacumbas’ nas quais consegui­mos existir, nos encontrar, partilhar o Evangelho e nos alimentarmos com a Eucaristia”, disse Lula Ramires, 52 anos, educador e coordenador de Projetos Sociais, que durante sua juventude era católico praticante, mas agora sente forte pre­conceito. “Eu sofri muito na minha vida. Quando você se vê como alguém que está fora, que não cumpre a regra dos demais, da maioria, você se sente muito mal. Foram muitos anos de leitura, de conversas, de encontrar pessoas – dentro e fora da Igreja – que me acolheram pelo que eu era e não por um detalhe da minha sexualidade”, disse Lauro, que segue acolhendo e evangelizando as pessoas no grupo. Sim, evangelizando. “Para mim, hoje, evangelizar é muito mais do que ensinar o catecismo a alguém, pois não é repetindo mecanicamente gestos e orações que chegamos a Deus, mas através do amor que só pode vir d´Ele e que nos faz entender qual é o sentido maior da vida.”

A. S., que também é membro da Pastoral da Diversidade de São Paulo, onde vive há oito anos, lembra que sofreu bastante até se sentir em paz. “No começo foi um susto e sofrimento, mas a graça de Deus foi mais forte. Diante disso, fui ao encontro dos estudos e orientações.”
A. S. destaca que não sentiu pre­conceito na comunidade católica. “Nunca senti preconceito dentro da Igreja, paróquia ou comunidade. Mas concordo que, às vezes, as opiniões de dentro da Igreja são, na sua maioria, duras e não acolhedoras.”

Para o jovem mineiro, os gays não querem um tratamento diferenciado dentro da Igreja Católica, querem ser somente cristãos autênticos e sem pre­cisar mentir. “Na experiência pastoral que tenho, observo que a população Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis (LGBT) não quer criar um movimento sepa­ratista. Quer partici­par das pastorais, movimentos e servi­ços sociais, de forma transparente e não mentir sobre sua orientação sexual.’’

Em entrevista à imprensa, o cardeal americano Timothy Dolan, presidente da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos e arcebispo de Nova York, disse, em 31 de março, que a Igreja Católica ainda tem um longo cami­nho a percorrer para se aproximar da comunidade gay.

“A natureza da Igreja faz com que, al­gumas vezes, estejamos longe das ques­tões que realmente preocupam os fiéis. Queremos a felicidade dos homosse­xuais. Eu os amo, assim como Deus os ama, mas às vezes não somos suficien­temente eficazes para mostrar para a sociedade como Ele nos ensinou, como viver’’, disse o cardeal, insistindo ainda que, para a Igreja Católica, o casamen­to só é válido entre um homem e uma mulher. Os Estados Unidos contam com uma população de 80 milhões de católicos.

O último censo brasileiro não apresenta o número de homossexu­ais declarados no País, no entanto é no dia a dia, nos lares, nas escolas e nas comunidades que se vê o silêncio excludente. O que pede a CF 2013 é que se acolha o jovem em sua diver­sidade, parece um convite urgente e desafiador.

Padre Luís Corrêa Lima, professor do Departa­mento de Teologia da Pontifícia Uni­versidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e membro do programa de pós-graduação sobre História da Igreja, Modernidade e Diversidade Sexual, esclarece: “A Igreja ensina que ninguém é um mero homo ou heterossexual, mas antes de tudo um ser humano, criatura de Deus e, pela graça divina, filho Seu e destinado à vida eterna. Deve-se evitar para com eles toda forma de discri­minação injusta”. A orientação foi retirada de uma car­ta, datada de 3 de agosto de 2007.

Fonte:

INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA !!! E AGORA (DEBATE EM HORTOLÂNDIA)

Um assunto , que alem de Polêmico, também é muito importante, muitas são as duvidas , muitos mitos, Sem duvida nenhuma é importantíssimo, que toda a população tenha informação e participe das discussões.
O Debate, esta sendo Organizado pela Pastoral da Sobriedade, E pelo mandato do Ver. John Lenon



Local: SALÃO DA IGREJA CATÓLICA, PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA DOS CAMPOS VERDES

Fonte:
https://www.facebook.com/events/582691385104864/?ref=3

"Heterossexualidade não é natural, é compulsória", diz sociólogo


  • Lumi Mae/UOL
    É comum as pessoas acusarem os bissexuais de enrustidos, diz a psicanalista Regina Navarro Lins
    É comum as pessoas acusarem os bissexuais de enrustidos, diz a psicanalista Regina Navarro Lins
Apesar das mudanças sociais e maior abertura com relação à discussão da sexualidade, os bissexuais ainda são vistos com desconfiança e são alvo de preconceito. Um exemplo é Daniela Mercury, que desde que assumiu seu relacionamento amoroso com uma mulher tem sofrido críticas. A declaração da cantora atingiu também seu ex-marido, Marco Scabia. Ter dito que aceitava com naturalidade a sexualidade da ex-mulher causou estranhamento e lhe rendeu ser ironizado até na imprensa.

Para Richard Miskolci, professor do departamento de Sociologia da UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos), a sociedade exerce forte influência para que os indivíduos se definam como heterossexuais. "Todos têm essa possibilidade de se relacionar com o mesmo sexo, mas, no processo de socialização, as pessoas podem perdê-la. Desde crianças somos adestrados. Heterossexualidade não é algo natural, hoje sabemos que ela e compulsória", declara Miskolci. 

SITE DE ENCONTROS

O site de relacionamentos extraconjugais Ashleymadson, no Brasil desde agosto de 2011, tem um serviço, ainda em teste, destinado a bissexuais.

O número de homens que se cadastraram para utilizá-lo chamou atenção a ponto de provocar a aceleração da implantação do acesso ao serviço em português.

"São homens que se dizem casados atrás de outro homem. Como é baixo o número de casamentos gays no Brasil, entendemos que seja um casamento heterossexual, cujas pessoas procuram alguém do mesmo sexo", diz o diretor Eduardo Borges.

O site tem um milhão de cadastros e cerca de 25 mil usuários no serviço para bissexuais.
 
"Nas ciências sociais, desde a década de 1960, começaram a surgir estudos que mostram que as pessoas são socialmente treinadas para gostar do sexo oposto", afirma o professor, que pesquisa o uso das mídias digitais voltadas para pessoas que buscam parceiros amorosos. "Muitos homens casados ou com noiva e namorada criam perfis buscando relacionamento com outro homem, a maioria em segredo" (veja no quadro dados de um site de encontros em relação a bissexuais). 
 

Preconceito

A educadora Juliana Inez Luiz de Souza, 25 anos, que também é assessora em uma central sindical de Curitiba, no Paraná, conta que é muito comum sofrer preconceito quando está de mãos dadas com sua mulher. "Ouço frases do tipo: 'Posso entrar no meio?' ou 'Sapatão dos infernos'. Já jogaram ovo na gente, levei cuspida junto com uma namorada", declara Juliana. "Mas não é porque sou casada com uma mulher e pretendo ficar muito tempo com ela que eu sou lésbica. E também não significa que quando estou com um homem sou heterossexual. Sou bissexual. E as pessoas precisam saber que isso existe". 

Além dos problemas enfrentados por Juliana, muitos outros podem aparecer no caminho de quem decide mostrar à sociedade que essa é sua orientação sexual.  "O bissexual sofre muito preconceito. Já ouvi muitas vezes que não existe bissexual, mas homossexual que não quer se assumir. Isso não é verdade", afirma o psiquiatra, sexólogo e diretor do departamento de Sexualidade da Associação Paulista de Medicina Ronaldo Pamplona da Costa.

Segundo a psicanalista Regina Navarro Lins, é comum a acusação de que os bissexuais ficam em cima do muro. "São tidos como gays enrustidos. Numa cultura de mentalidade patriarcal, se você diz que é bissexual, também informa que faz sexo com seu oposto, o que pode amenizar um pouco o preconceito", afirma Regina, que é autora de onze livros entre os quais "A Cama na Varanda" e "O Livro do Amor" (editora Best Seller), além de manter um blog no UOL
 

Ideia equivocada

 
Além de tachados como indefinidos sexualmente, os bissexuais também podem ser considerados promíscuos por alguns, como conta Juliana. "É outro clichê: bissexual é pervertido e topa tudo. As pessoas têm a visão que bissexual não se completa só com um na hora da transa, que precisa ter o outro",  fala a assessora, que completa: "Eu me contento muito bem, seja com um ou com outro. Estou casada com uma mulher há três anos e minha relação é monogâmica, como a maioria dos casamentos, no estilo tradicional".

A psicóloga Claudia Lordello explica que essa é uma ideia errada a respeito das pessoas com essa orientação. "O bissexual pode ter relacionamentos estáveis e duradouros", afirma ela, que também é sexóloga do projeto Afrodite, o ambulatório de sexualidade feminina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). 

"Há promíscuos e não promíscuos heterossexuais, bissexuais e homossexuais. O indivíduo que realiza sua bissexualidade não pode ser considerado promíscuo por esse comportamento exclusivamente", declara a psiquiatra Carmita Abdo, fundadora e coordenadora do ProSex (Programa de Estudos em Sexualidade da USP). "Promiscuidade é trocar ou acumular parcerias sem critério e sem limite. É fazer do sexo uma forma banal e irresponsável de relacionamento. E isso resulta de um perfil de personalidade independentemente da orientação sexual", diz a médica. 

Carmita explica que o bissexual tem como característica sentir-se atraído pelos dois sexos, mesmo que não exercite essa prática. "Essa pessoa pode decidir e se empenhar para restringir-se a um só tipo de relacionamento, porque fez um investimento emocional numa relação, constituiu família por exemplo. Mas, em essência, o bissexual continua atraído por homens e mulheres".

Ou seja: há os que se definem por uma relação no concreto e sublimam o outro lado ou o vivem apenas na fantasia, por meio de filmes, internet. E há os que fazem sexo de forma concreta com homens e mulheres.  

Pesquisa

 
Em 2008, para o estudo Mosaico Brasil, coordenado pela psiquiatra Carmita Abdo, foram entrevistados mais de 8.200 brasileiros entre 18 e 80 anos, em dez capitais, sendo 49% homens e 51% mulheres. Entre várias outras perguntas, os participantes responderam se faziam sexo habitualmente só com homens, apenas com mulheres ou com os dois. O resultado: 2,6% dos homens responderam que faziam sexo com ambos e 1,4% das mulheres deram a mesma resposta. "Cerca de 2% das pessoas se identificaram como bissexuais, no Brasil. É um número que coincide com as estatísticas internacionais de pessoas adultas que já têm sua orientação sexual definida", conta Carmita

Fronteiras

 
Para a historiadora Mary Del Priore, a noção de bissexualidade ganhou força a partir dos anos 1970, com as transformações sociais como a entrada das mulheres no mercado de trabalho, a liberdade sexual trazida pela pílula anticoncepcional e o movimento hippie.

"Mulheres vestem calças compridas e se masculinizam para vencer profissionalmente. Rapazes deixam os cabelos compridos. Começam a se apagar as fronteiras entre o que é masculino e feminino, permitindo às pessoas transitarem de um papel para o outro. É o pano de fundo para o conceito da bissexualidade", fala Mary, que estuda a sexualidade no Brasil através dos séculos.

"Caminhamos para um mundo onde os papéis sexuais vão ficar cada vez mais diluídos e as pessoas vão se permitir escolher e não ser necessariamente a mesma coisa a vida toda", afirma a pesquisadora, que finaliza: "A bissexualidade se abre hoje como uma possibilidade para todo mundo. Acho que a intolerância em relação ao bissexual vai decrescer". 
 
O pensamento da psicanalista Regina Navarro Lins segue essa linha de raciocínio. "É possível que haja mais bissexuais daqui a algum tempo por conta da dissolução das fronteiras entre masculino e feminino. Não existe mais nada que só interesse a mulher ou ao homem".

Ela também explica os motivos que a levam a concordar que os bissexuais terão mais liberdade para assumirem sua orientação. "Acredito que, no futuro, muito mais gente poderá ser bissexual porque a escolha de objeto de amor provavelmente se dará pelas afinidades e não pelo fato de ser homem ou mulher", afirma.
 

Tudo pode mudar

 
O indivíduo pode descobrir ter atração pelos dois sexos em qualquer momento da vida. "Esse interesse pode ser pelo mesmo sexo ou o contrário: a pessoa vive uma relação homossexual e, descobre que tem desejo pelo sexo oposto", segundo a psicóloga Claudia Lordello.
 
O psiquiatra Ronaldo Pamplona da Costa também acredita nesta possibilidade. "A orientação sexual pode ir mudando no decorrer da vida. Sei do caso de um homossexual assumido por 30 anos, casado com outro homem que, aos 60, casou com uma mulher por opção", fala o psiquiatra que também é autor do livro "Os Onze Sexos – As Múltiplas Faces da Sexualidade Humana" (Kondo Editora). 
 
Mas, segundo Fernando Seffner, professor da pós-graduação em Educação e coordenador da linha de pesquisa em Educação, Sexualidade e Relações de Gênero na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), não existe uma estrutura social que permita ao bissexual viver sua orientação tranquilamente.

"O sujeito prefere manter compromisso estável com uma mulher, de quem gosta de verdade, e ter relações com homens em segredo", conta Seffner, cuja tese de doutorado abordou a bissexualidade masculina. Para ele, o movimento gay tem o grande mérito de ter construído a homossexualidade como vida viável, com possibilidade de adotar filho, ter um companheiro, estrutura social, mesmo com os preconceitos. 

Fonte:

Antonio Cândido indica 10 livros para conhecer o Brasil



Quando nos pedem para indicar um número muito limitado de livros importantes para conhecer o Brasil, oscilamos entre dois extremos possíveis: de um lado, tentar uma lista dos melhores, os que no consenso geral se situam acima dos demais; de outro lado, indicar os que nos agradam e, por isso, dependem sobretudo do nosso arbítrio e das nossas limitações. Ficarei mais perto da segunda hipótese. Como sabemos, o efeito de um livro sobre nós, mesmo no que se refere à simples informação, depende de muita coisa além do valor que ele possa ter. Depende do momento da vida em que o lemos, do grau do nosso conhecimento, da finalidade que temos pela frente. Para quem pouco leu e pouco sabe, um compêndio de ginásio pode ser a fonte reveladora. Para quem sabe muito, um livro importante não passa de chuva no molhado. Além disso, há as afinidades profundas, que nos fazem afinar com certo autor (e portanto aproveitá-lo ao máximo) e não com outro, independente da valia de ambos.

Por isso, é sempre complicado propor listas reduzidas de leituras fundamentais. Na elaboração da que vou sugerir (a pedido) adotei um critério simples: já que é impossível enumerar todos os livros importantes no caso, e já que as avaliações variam muito, indicarei alguns que abordam pontos a meu ver fundamentais, segundo o meu limitado ângulo de visão. Imagino que esses pontos fundamentais correspondem à curiosidade de um jovem que pretende adquirir boa informação a fim de poder fazer reflexões pertinentes, mas sabendo que se trata de amostra e que, portanto, muita coisa boa fica de fora.

São fundamentais tópicos como os seguintes: os europeus que fundaram o Brasil; os povos que encontraram aqui; os escravos importados sobre os quais recaiu o peso maior do trabalho; o tipo de sociedade que se organizou nos séculos de formação; a natureza da independência que nos separou da metrópole; o funcionamento do regime estabelecido pela independência; o isolamento de muitas populações, geralmente mestiças; o funcionamento da oligarquia republicana; a natureza da burguesia que domina o país. É claro que estes tópicos não esgotam a matéria, e basta enunciar um deles para ver surgirem ao seu lado muitos outros. Mas penso que, tomados no conjunto, servem para dar uma ideia básica.


Entre parênteses: desobedeço o limite de dez obras que me foi proposto para incluir de contrabando mais uma, porque acho indispensável uma introdução geral, que não se concentre em nenhum dos tópicos enumerados acima, mas abranja em síntese todos eles, ou quase. E como introdução geral não vejo nenhum melhor do que O povo brasileiro (1995), de Darcy Ribeiro, livro trepidante, cheio de ideias originais, que esclarece num estilo movimentado e atraente o objetivo expresso no subtítulo: “A formação e o sentido do Brasil”.

Quanto à caracterização do português, parece-me adequado o clássico Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda, análise inspirada e profunda do que se poderia chamar a natureza do brasileiro e da sociedade brasileira a partir da herança portuguesa, indo desde o traçado das cidades e a atitude em face do trabalho até a organização política e o modo de ser. Nele, temos um estudo de transfusão social e cultural, mostrando como o colonizador esteve presente em nosso destino e não esquecendo a transformação que fez do Brasil contemporâneo uma realidade não mais luso-brasileira, mas, como diz ele, “americana”.
Em relação às populações autóctones, ponho de lado qualquer clássico para indicar uma obra recente que me parece exemplar como concepção e execução:História dos índios do Brasil (1992), organizada por Manuela Carneiro da Cunha e redigida por numerosos especialistas, que nos iniciam no passado remoto por meio da arqueologia, discriminam os grupos linguísticos, mostram o índio ao longo da sua história e em nossos dias, resultando uma introdução sólida e abrangente.

Seria bom se houvesse obra semelhante sobre o negro, e espero que ela apareça quanto antes. Os estudos específicos sobre ele começaram pela etnografia e o folclore, o que é importante, mas limitado. Surgiram depois estudos de valor sobre a escravidão e seus vários aspectos, e só mais recentemente se vem destacando algo essencial: o estudo do negro como agente ativo do processo histórico, inclusive do ângulo da resistência e da rebeldia, ignorado quase sempre pela historiografia tradicional. Nesse tópico resisto à tentação de indicar o clássico O abolicionismo (1883), de Joaquim Nabuco, e deixo de lado alguns estudos contemporâneos, para ficar com a síntese penetrante e clara de Kátia de Queirós Mattoso, Ser escravo no Brasil (1982), publicado originariamente em francês. Feito para público estrangeiro, é uma excelente visão geral desprovida de aparato erudito, que começa pela raiz africana, passa à escravização e ao tráfico para terminar pelas reações do escravo, desde as tentativas de alforria até a fuga e a rebelião. Naturalmente valeria a pena acrescentar estudos mais especializados, como A escravidão africana no Brasil (1949), de Maurício Goulart ou A integração do negro na sociedade de classes (1964), de Florestan Fernandes, que estuda em profundidade a exclusão social e econômica do antigo escravo depois da Abolição, o que constitui um dos maiores dramas da história brasileira e um fator permanente de desequilíbrio em nossa sociedade.

Esses três elementos formadores (português, índio, negro) aparecem inter-relacionados em obras que abordam o tópico seguinte, isto é, quais foram as características da sociedade que eles constituíram no Brasil, sob a liderança absoluta do português. A primeira que indicarei é Casa grande e senzala (1933), de Gilberto Freyre. O tempo passou (quase setenta anos), as críticas se acumularam, as pesquisas se renovaram e este livro continua vivíssimo, com os seus golpes de gênio e a sua escrita admirável – livre, sem vínculos acadêmicos, inspirada como a de um romance de alto voo. Verdadeiro acontecimento na história da cultura brasileira, ele veio revolucionar a visão predominante, completando a noção de raça (que vinha norteando até então os estudos sobre a nossa sociedade) pela de cultura; mostrando o papel do negro no tecido mais íntimo da vida familiar e do caráter do brasileiro; dissecando o relacionamento das três raças e dando ao fato da mestiçagem uma significação inédita. Cheio de pontos de vista originais, sugeriu entre outras coisas que o Brasil é uma espécie de prefiguração do mundo futuro, que será marcado pela fusão inevitável de raças e culturas.

Sobre o mesmo tópico (a sociedade colonial fundadora) é preciso ler tambémFormação do Brasil contemporâneo, Colônia (1942), de Caio Prado Júnior, que focaliza a realidade de um ângulo mais econômico do que cultural. É admirável, neste outro clássico, o estudo da expansão demográfica que foi configurando o perfil do território – estudo feito com percepção de geógrafo, que serve de base física para a análise das atividades econômicas (regidas pelo fornecimento de gêneros requeridos pela Europa), sobre as quais Caio Prado Júnior engasta a organização política e social, com articulação muito coerente, que privilegia a dimensão material.

Caracterizada a sociedade colonial, o tema imediato é a independência política, que leva a pensar em dois livros de Oliveira Lima: D. João VI no Brasil (1909) eO movimento da Independência (1922), sendo que o primeiro é das maiores obras da nossa historiografia. No entanto, prefiro indicar um outro, aparentemente fora do assunto: A América Latina, Males de origem (1905), de Manuel Bonfim. Nele a independência é de fato o eixo, porque, depois de analisar a brutalidade das classes dominantes, parasitas do trabalho escravo, mostra como elas promoveram a separação política para conservar as coisas como eram e prolongar o seu domínio. Daí (é a maior contribuição do livro) decorre o conservadorismo, marca da política e do pensamento brasileiro, que se multiplica insidiosamente de várias formas e impede a marcha da justiça social. Manuel Bonfim não tinha a envergadura de Oliveira Lima, monarquista e conservador, mas tinha pendores socialistas que lhe permitiram desmascarar o panorama da desigualdade e da opressão no Brasil (e em toda a América Latina).

Instalada a monarquia pelos conservadores, desdobra-se o período imperial, que faz pensar no grande clássico de Joaquim Nabuco: Um estadista do Império(1897). No entanto, este livro gira demais em torno de um só personagem, o pai do autor, de maneira que prefiro indicar outro que tem inclusive a vantagem de traçar o caminho que levou à mudança de regime: Do Império à República(1972), de Sérgio Buarque de Holanda, volume que faz parte da História geral da civilização brasileira, dirigida por ele. Abrangendo a fase 1868-1889, expõe o funcionamento da administração e da vida política, com os dilemas do poder e a natureza peculiar do parlamentarismo brasileiro, regido pela figura-chave de Pedro II.

A seguir, abre-se ante o leitor o período republicano, que tem sido estudado sob diversos aspectos, tornando mais difícil a escolha restrita. Mas penso que três livros são importantes no caso, inclusive como ponto de partida para alargar as leituras.

Um tópico de grande relevo é o isolamento geográfico e cultural que segregava boa parte das populações sertanejas, separando-as da civilização urbana ao ponto de se poder falar em “dois Brasis”, quase alheios um ao outro. As consequências podiam ser dramáticas, traduzindo-se em exclusão econômico-social, com agravamento da miséria, podendo gerar a violência e o conflito. O estudo dessa situação lamentável foi feito a propósito do extermínio do arraial de Canudos por Euclides da Cunha n’Os sertões (1902), livro que se impôs desde a publicação e revelou ao homem das cidades um Brasil desconhecido, que Euclides tornou presente à consciência do leitor graças à ênfase do seu estilo e à imaginação ardente com que acentuou os traços da realidade, lendo-a, por assim dizer, na craveira da tragédia. Misturando observação e indignação social, ele deu um exemplo duradouro de estudo que não evita as avaliações morais e abre caminho para as reivindicações políticas.

Da Proclamação da República até 1930 nas zonas adiantadas, e praticamente até hoje em algumas mais distantes, reinou a oligarquia dos proprietários rurais, assentada sobre a manipulação da política municipal de acordo com as diretrizes de um governo feito para atender aos seus interesses. A velha hipertrofia da ordem privada, de origem colonial, pesava sobre a esfera do interesse coletivo, definindo uma sociedade de privilégio e favor que tinha expressão nítida na atuação dos chefes políticos locais, os “coronéis”. Um livro que se recomenda por estudar esse estado de coisas (inclusive analisando o lado positivo da atuação dos líderes municipais, à luz do que era possível no estado do país) éCoronelismo, enxada e voto (1949), de Vitor Nunes Leal, análise e interpretação muito segura dos mecanismos políticos da chamada República Velha (1889-1930).

O último tópico é decisivo para nós, hoje em dia, porque se refere à modernização do Brasil, mediante a transferência de liderança da oligarquia de base rural para a burguesia de base industrial, o que corresponde à industrialização e tem como eixo a Revolução de 1930. A partir desta viu-se o operariado assumir a iniciativa política em ritmo cada vez mais intenso (embora tutelado em grande parte pelo governo) e o empresário vir a primeiro plano, mas de modo especial, porque a sua ação se misturou à mentalidade e às práticas da oligarquia. A bibliografia a respeito é vasta e engloba o problema do populismo como mecanismo de ajustamento entre arcaísmo e modernidade. Mas já que é preciso fazer uma escolha, opto pelo livro fundamental de Florestan Fernandes,A revolução burguesa no Brasil (1974). É uma obra de escrita densa e raciocínio cerrado, construída sobre o cruzamento da dimensão histórica com os tipos sociais, para caracterizar uma nova modalidade de liderança econômica e política.

Chegando aqui, verifico que essas sugestões sofrem a limitação das minhas limitações. E verifico, sobretudo, a ausência grave de um tópico: o imigrante. De fato, dei atenção aos três elementos formadores (português, índio, negro), mas não mencionei esse grande elemento transformador, responsável em grande parte pela inflexão que Sérgio Buarque de Holanda denominou “americana” da nossa história contemporânea. Mas não conheço obra geral sobre o assunto, se é que existe, e não as há sobre todos os contingentes. Seria possível mencionar, quanto a dois deles, A aculturação dos alemães no Brasil (1946), de Emílio Willems; Italianos no Brasil (1959), de Franco Cenni, ou Do outro lado do Atlântico (1989), de Ângelo Trento – mas isso ultrapassaria o limite que me foi dado.

No fim de tudo, fica o remorso, não apenas por ter excluído entre os autores do passado Oliveira Viana, Alcântara Machado, Fernando de Azevedo, Nestor Duarte e outros, mas também por não ter podido mencionar gente mais nova, como Raimundo Faoro, Celso Furtado, Fernando Novais, José Murilo de Carvalho, Evaldo Cabral de Melo etc. etc. etc. etc.
* Artigo publicado na edição 41 da revista Teoria e Debate – em 30/09/2000
Antonio Candido é sociólogo, crítico literário e ensaísta.
Fonte:
http://odireitoachadonarua.blogspot.com.br/2013/05/antonio-candido-indica-10-livros-para.html?spref=fb

Visto o Branco, é a cor da minha Fé!



Marilena Chauí: A ditadura militar iniciou a devastação da escola pública



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“Você saía de casa para dar aula e não sabia se ia voltar, se ia ser preso, se ia ser morto. Não sabia.” Foto de Mariana Fontoura.
Paulo Donizetti de Souza, Rede Brasil Atual
Violência repressiva, privatização e a reforma universitária que fez uma educação voltada à fabricação de mão de obra, são, na opinião da filósofa Marilena Chauí, professora aposentada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, as cicatrizes da ditadura no ensino universitário do país. Chauí relembrou as duras passagens do período e afirma não mais acreditar na escola como espaço de formação de pensamento crítico dos cidadãos, mas sim em outras formas de agrupamento, como nos movimentos sociais, movimentos populares, ONGs e em grupos que se formam com a rede de internet e nos partidos políticos.
Chauí, que “fechou as portas para a mídia” e diz não conceder entrevistas desde 2003, falou à Rede Brasil Atual após palestra feita no lançamento da Escola 28 de Agosto, iniciativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo que elogiou por projetar cursos de administração que resgatem conteúdos críticos e humanistas dos quais o meio universitário contemporâneo hoje se ressente.

Quais foram os efeitos do regime autoritário e seus interesses ideológicos e econômicos sobre o processo educacional do Brasil?
Vou dividir minha resposta sobre o peso da ditadura na educação em três aspectos. Primeiro: a violência repressiva que se abateu sobre os educadores nos três níveis, fundamental, médio e superior. As perseguições, cassações, as expulsões, as prisões, as torturas, mortes, desaparecimentos e exílios. Enfim, a devastação feita no campo dos educadores. Todos os que tinham ideias de esquerda ou progressistas foram sacrificados de uma maneira extremamente violenta. Em segundo lugar, a privatização do ensino, que culmina agora no ensino superior, começou no ensino fundamental e médio. As verbas não vinham mais para a escola pública, ela foi definhando e no seu lugar surgiram ou se desenvolveram as escolas privadas. Eu pertenço a uma geração que olhava com superioridade e desprezo para a escola particular, porque ela era para quem ia pagar e não aguentava o tranco da verdadeira escola. Durante a ditadura, houve um processo de privatização, que inverte isso e faz com que se considere que a escola particular é que tem um ensino melhor. A escola pública foi devastada, física e pedagogicamente, desconsiderada e desvalorizada.

E o terceiro aspecto?
A reforma universitária. A ditadura introduziu um programa conhecido como MEC-Usaid, pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, para a América Latina toda. Ele foi bloqueado durante o início dos anos de 1960 por todos os movimentos de esquerda no continente, e depois a ditadura o implantou. Essa implantação consistiu em destruir a figura do curso com multiplicidade de disciplinas, que o estudante decidia fazer no ritmo dele, do modo que ele pudesse, segundo o critério estabelecido pela sua faculdade. Os cursos se tornaram sequenciais. Foi estabelecido o prazo mínimo para completar o curso. Houve a departamentalização, mas com a criação da figura do conselho de departamento, o que significava que um pequeno grupo de professores tinha o controle sobre a totalidade do departamento e sobre as decisões. Então você tem centralização. Foi dado ao curso superior uma característica de curso secundário, que hoje chamamos de ensino médio, que é a sequência das disciplinas e essa ideia violenta dos créditos. Além disso, eles inventaram a divisão entre matérias obrigatórias e matérias optativas. E, como não havia verba para contratação de novos professores, os professores tiveram de se multiplicar e dar vários cursos.

Houve um comprometimento da inteligência?
Exatamente. E os professores, como eram forçados a dar essas disciplinas, e os alunos, a cursá-las, para terem o número de créditos, elas eram chamadas de “optatórias e obrigativas”, porque não havia diferença entre elas. Depois houve a falta de verbas para laboratórios e bibliotecas, a devastação do patrimônio público, por uma política que visava exclusivamente a formação rápida de mão de obra dócil para o mercado. Aí, criaram a chamada licenciatura curta, ou seja, você fazia um curso de graduação de dois anos e meio e tinha uma licenciatura para lecionar. Além disso, criaram a disciplina de educação moral e cívica, para todos os graus do ensino. Na universidade, havia professores que eram escalados para dar essa matéria, em todos os cursos, nas ciências duras, biológicas e humanas. A universidade que nós conhecemos hoje ainda é a universidade que a ditadura produziu.

Essa transformação conceitual e curricular das universidades acabou sendo, nos anos de 1960, em vários países, um dos combustíveis dos acontecimentos de 1968 em todo mundo.
Foi, no mundo inteiro. Esse é o momento também em que há uma ampliação muito grande da rede privada de universidades, porque o apoio ideológico para a ditadura era dado pela classe média. Ela, do ponto de vista econômico, não produz capital, e do ponto de vista política, não tem poder. Seu poder é ideológico. Então, a sustentação que ela deu fez com que o governo considerasse que precisava recompensá-la e mantê-la como apoiadora, e a recompensa foi garantir o diploma universitário para a classe média. Há esse barateamento do curso superior, para garantir o aumento do número de alunos da classe média para a obtenção do diploma. É a hora em que são introduzidas as empresas do vestibular, o vestibular unificado, que é um escândalo, e no qual surge a diferenciação entre a licenciatura e o bacharelato. Foi uma coisa dramática, lutamos o que pudemos, fizemos a resistência máxima que era possível fazer, sob a censura e sob o terror do Estado, com o risco que se corria, porque nós éramos vigiados o tempo inteiro. Os jovens hoje não têm ideia do que era o terror que se abatia sobre nós. Você saía de casa para dar aula e não sabia se ia voltar, não sabia se ia ser preso, se ia ser morto, não sabia o que ia acontecer, nem você, nem os alunos, nem os outros colegas. Havia policiais dentro das salas de aula.

Houve uma corrente muito forte na década de 1960, composta por professores como Aziz Ab’Saber, Florestan Fernandes, Antônio Cândido, Maria Vitória Benevides, a senhora, dentre outros, que queria uma universidade mais integrada às demandas da comunidade. A senhora tem esperança de que isso volte a acontecer um dia?
Foi simbólica a mudança da faculdade para o “pastus”, não é campus universitário, porque, naquela época, era longe de tudo: você ficava em um isolamento completo. A ideia era colocar a universidade fora da cidade e sem contato com ela. Fizeram isso em muitos lugares. Mas essa sua pergunta é muito complicada, porque tem de levar em consideração o que o neoliberalismo fez: a ideia de que a escola é uma formação rápida para a competição no mercado de trabalho. Então fazer uma universidade comprometida com o que se passa na realidade social e política se tornou uma tarefa muito árdua e difícil.

Não há tempo para um conceito humanista de formação?
É uma luta isolada de alguns, de estudantes e professores, mas não a tendência da universidade.

Hoje, a esperança da formação do cidadão crítico está mais para as possibilidades de ajustes curriculares no ensino fundamental e médio? Ou até nesses níveis a educação forma estará comprometida com a produção de cabeças e mãos para o mercado?
Na escola, isso, a formação do cidadão crítico, não vai acontecer. Você pode ter essa expectativa em outras formas de agrupamento, nos movimentos sociais, nos movimentos populares, nas ONGs, nos grupos que se formam com a rede de internet e nos partidos políticos. Na escola, em cima e em baixo, não. Você tem bolsões, mas não como uma tendência da escola.

Preconceito prejudica saúde de gays, lésbicas, bissexuais e trans, alerta OMS



Foto: ONU
O preconceito, a indiferença, o ódio e a discriminação fazem mal à saúde de lésbicas, gays, bissexuais e pessoas trans (LGBT) e impedem o seu acesso aos serviços de saúde. Para marcar o Dia Internacional Contra a Homofobia e Transfobia, a Organização Pan-Americana da Saúde, representação regional da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) pediu que se acabe com estas atitudes nas escolas, nos locais de trabalho e nos espaços públicos, particularmente nos serviços de saúde.
“Todas as manifestações de intolerância e ódio afetam o bem-estar dos indivíduos, famílias e comunidades; causam sofrimento, estresse e criam situações perigosas”, disse oassessor da OPAS/OMS sobre HIV, doenças sexualmente transmissíveis e hepatites, Rafael Mazin.
O Dia Internacional Contra a Homofobia e a Transfobia é comemorado a cada 17 de maio desde 1990, quando a OMS retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças (CID).
No entanto, a CID ainda considera as pessoas trans “doentes” pela falta de conformidade entre a sua identidade com o sexo designado no nascimento e durante o seu amadurecimento. No entanto, isso não significa que elas tenham uma condição psicopatológica, dizem especialistas. Esta situação levou a pedidos de reclassificação. “Quando são apoiados e tratados com respeito, consideração e solidariedade, são tão adaptadas, produtivas e felizes como qualquer outra pessoa”, disse Mazin.
Além do impacto que a intolerância causa na saúde emocional e mental, as pessoas LGBT são mais propensas a sofrer lesões como resultado de violência física. Mulheres lésbicas, por exemplo, são vítimas contínuas de abuso sexual sob o pretexto de “mudança” na sua orientação sexual, enquanto muitos homens gays, bissexuais e trans ainda estão sujeitos à chamada “terapia reparativa”, que carece de justificação médica e representa uma séria ameaça para a saúde e o bem-estar das pessoas afetadas, de acordo com a OPAS.

LGBT correm um risco maior de contrair o HIV

A infecção pelo HIV afeta desproporcionalmente os homens gays, bissexuais e mulheres trans. Alguns estudos sugerem que a prevalência da infecção entre homens que fazem sexo com homens pode ser de 10 a 15 vezes maior do que entre a população em geral. Enquanto isso, as taxas de infecção em mulheres trans podem ser pelo menos 20 vezes maior, de acordo com uma análise de Stephan Baral publicada na revistaLancet em dezembro de 2012.
Embora não existam estudos para entender a situação na América Latina e no Caribe, a pesquisa inédita sugere que as oportunidades educacionais e sociais são menores para as pessoas trans, que muitas vezes têm de recorrer ao trabalho sexual. Além disso, muitos vivem em extrema pobreza.
Há também evidências preliminares de que muitas pessoas LGBT não procuram atendimento médico. Isso pode estar relacionado à falta de compreensão sobre as práticas preventivas, mas também ao fato de que há homofobia e transfobia em muitos serviços de saúde, disse Mazin.
“Muitos gays e meninas trans preferem não ir para o hospital por medo de serem negligenciadas ou abusadas, e esta exclusão leva à deterioração geral da sua saúde e até mesmo à morte prematura”, disse o consultor da OPAS/OMS.
Estima-se que as mulheres trans podem ter uma expectativa de vida menor do que o resto da população, devido em parte às desigualdades existentes no acesso aos serviços de saúde.
A OMS lembrou que lésbicas, gays, bissexuais e trans são sujeitos de direito. Os países-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) reafirmaram seu compromisso com a prevenção da violência, discriminação e violação dos direitos humanos cometidos contra pessoas LGBT por sua orientação sexual e identidade de gênero na resolução 2659, aprovada em 2012.
Acesse abaixo vídeo da campanha do escritório de direitos humanos da ONU sobre o tema:

"Não adianta encher a mesa e pães somente para mostrar fartura, se um pão para cada pessoa já satisfará a necessidade, o restante dos pães ficarão duros e mofarão sem ter serventia alguma"!



Falar de diversidade sexual é visto como ensinar a ser gay, diz docente

Rayder Bragon
Do UOL, em Belo Horizonte


Abordar o tema da diversidade sexual na escola ainda é visto por alguns como ensinar a ser gay, afirma o professor Júnior Diniz, 31, que trabalha com o assunto em aulas de ética no município de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte).
"Algumas pessoas argumentam que qualquer discussão a respeito da diversidade sexual, no ambiente escolar, seria uma forma de incitarmos as crianças a se tornarem gays ou lésbicas. A gente sabe, no entanto, que a sexualidade é particular e algo próprio do ser humano. O importante é eles [alunos] perceberem que o diferente merece respeito e que respeitar as diferenças não significa que eu queira ser igual", afirma.

COMBATE À HOMOFOBIA

  • Divulgação/Transgender Legal Defense and Education Fund
    Pais denunciam escola por proibir criança transgênero de usar banheiro das meninas
  • http://imguol.com/2012/08/30/pai-veste-saia-para-apoiar-filho-que-gosta-de-usar-vestidos-1346354196811_300x200.jpg
    Para apoiar filho de 5 anos que prefere usar vestidos, pai na Alemanha passa a usar saias
No trabalho que desenvolve com crianças de seis a dez anos na Escola Municipal Domingos José Diniz Costa Belém, o principal foco é o respeito à diversidade e não a discussão da sexualidade dos alunos.
"O objetivo é fazer com que as crianças compreendam que nós vivemos em um mundo diverso onde existem várias possibilidades de as pessoas viverem sua sexualidade. Discutimos as questões de preconceitos existentes, como o racismo, a homofobia, o machismo", explica.
Uma das técnicas usadas pelo educador é mostrar aos alunos que nem sempre uma família é composta por pai, mãe e irmãos. "Muitos moram somente com a avó, com o avô, ou com tios, ou só com a mãe", exemplifica.
Apesar de ter de enfrentar o preconceito de alguns pais em relação a abordagem do tema, o professor conta ter recebido muitos pais com dúvidas sobre como falar sobre assunto com os filhos.

Preconceito entre os professores

Responsável pela coordenação de um programa de combate a homofobia, racismo e sexismo nas escolas públicas municipais de Contagem, Juliana Batista Diniz Valério diz que houve avanços no debate do assunto, mas ainda há resistência em relação ao tema nos próprios educadores.
O programa, denominado "Gênese" (Gênero, Sexualidade e Educação), tinha entre seus objetivos capacitar o educador para que ele replicasse o combate ao sexismo, à homofobia e ao racismo com os alunos. 
"Muitos professores e estudantes se mostram reticentes em relação ao tema. Tivemos, por exemplo, um número significativo de educadores que não conseguiu concluir os cursos ofertados em função de sua resistência pessoal com esse debate."
Para ela, a diversidade sexual ainda costuma ser tratada de maneira individual por educadores militantes ou sensibilizados com o problema, não como tema da educação.
"As questões de ordem moral e religiosa, ainda, são um grande obstáculo para que esse debate realmente se incorpore ao cotidiano escolar. O princípio da laicidade do Estado ainda não está de fato efetivado nas instituições públicas", salienta Juliana Valério.

"Aprendemos a olhar"

A educadora disse, no entanto, que as pessoas ao menos aprenderam a perceber o problema da discriminação e o preconceito sexual.
"Percebo que o preconceito e as atitudes discriminatórias são hoje mais visibilizados, até porque aprendemos a "olhar" para uma atitude homofóbica e assim nomeá-la. Quantos atos de bullying não são, na verdade, discriminações em função da orientação sexual ou práticas do racismo e do machismo?", comenta a especialista. 

Homossexualidade ainda é tabu na conversa entre pais e filhos; veja como amenizar situação



Carla Hosoi
Especial para UOL Educação
Em São Paulo
A homossexualidade é um dos piores tabus entre os assuntos que envolvem a sexualidade -- segundo os especialistas. Os pais costumam ficar desesperados, não sabem o que fazer -- tudo isso porque não existe a expectativa de que um filho possa ter uma orientação sexual diferente da sua. Sem falar na discriminação e sofrimento que ainda hoje atingem os homossexuais
Antes de introduzir o assunto, cabe aos pais serem sensíveis o suficiente para ver se realmente é o momento de falar sobre isso.
Achar que seu filho ou filha tem uma tendência homessexual só porque não é agressivo ou afeminada o suficiente é uma idéia preconceituosa, que não corresponde, na maioria dos casos, a uma verdade. O comportamento não define a orientação sexual de uma pessoa.
Os pais devem saber que a decisão de ser hetero ou homosexual não é tomada conscientemente, mas faz parte do desenvolvimento da sexualidade, assim como a própria personalidade.

Como puxar o papo:

Como é um tema delicado, deve ser tratado com respeito que merece. Saber se o o filho será receptivo é essencial. Caso esteja em dúvida, demonstre que está aberto à conversa, mas espere que a iniciativa parta do jovem ou da jovem.
Quando o filho ou filha procurar os pais, algumas questões precisam ser abordadas:
  • A própria certeza da homossexualidade na adolescência deve ser questionada, pois nesta fase é muito comum os filhos vivenciarem experimentações sexuais com pessoas do mesmo sexo como curiosidade ou realização de fantasias próprias da adolescência
  • A naturalidade deve imperar para evitar que preconceitos e discriminações sejam disseminados dentro da própria casa
  • Informe-se e indique a leitura de um livro que fale sobre o assunto. Assim, o filho ou a filha podem tirar suas dúvidas e encarar sua orientação sexual sem tantos medos e angústias
  • Se há negação conflituosa do próprio adolescente, procure ajuda de um psicólogo

Como NÃO agir:

Condenar, culpar (os filhos ou a si mesmo) ou ver a orientação sexual como algo de outro planeta. Idealizar uma sexualidade para os filhos, estimulando comportamentos esteriotipados (filho machão e filha dócil e meiga). Isso pode trazer conflitos sexuais permanentes.


Fontes: Arlete Gianfaldoni, médica assistente doutora da clínica ginecológica  Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e especialista em ginecologia e obstetricia da Infância, membro da Sogia (Sociedade de obstetricia e ginecologia da Infância e Adolescência), Marcos Ribeiro, autor do livro Conversando com seu filho adolescente sobre sexo, Ivette Gattás, psiquiatra da Infância e Adolescência e coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência (UPIA) da Unifesp, Maurício de Souza Lima, médico hebiatra.

Minha arma é o Eruexin de Mtamba/ Oya, que afasta o mal e afugenta os inimigos!




Todo reino tem uma rainha: Dandalunda/ Kisimbi / Oxum



UM DIA NA VIDA DE UM PROFESSOR em CARTA CAPITAL

Claudete Borges mora no Jardim São Luís, sul de São Paulo. Acorda 5h30 todo dia e se divide entre duas escolas públicas até chegar em casa exausta à noite, depois de 2 ônibus e meia hora a pé. Ganha mal, trabalha mais de 12 horas por dia, não tem assistência médica e encara centenas de alunos diariamente. É a cara do professor brasileiro. Muitos de seus colegas sofrem ainda graves problemas de saúde, de depressão a síndrome do pânico, reflexos da violência em sala de aula. Leia mais sobre Claudete e os professores brasileiros na Carta Capital que chega às bancas amanhã.

'No Brasil, um homossexual é morto a cada 26 horas', diz Jean Wyllis


O escritor e deputado federal afirma que o Congresso Nacional é "absolutamente silente e omisso" com a população LGBT.


Com a lei que determina que os cartórios de todo o país não podem mais se recusar a fazer o casamento civil de pessoas do mesmo sexo, o Brasil passa a ser o 15º país do mundo a reconhecer o casamento gay. Apesar disso, a decisão ainda não é legal, já que o Congresso não se manifestou sobre o assunto.

De acordo com o escritor e deputado federal Jean Wyllys, a maioria do povo brasileiro é favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo: "Algumas pesquisas informais apontam que a maioria do povo brasileiro é a favor do casamento civil igualitário. A reivindicação da população LGBT não é uma reivindicação por casar em igrejas, mas pelo direito civil ao casamento".

Ainda segundo Wyllys, os poderes Judiciário e Executivo têm se preocupado com os direitos dos homossexuais, contrastando com a posição omissa do Legislativo. "A conquista que a gente tem é uma conquista do Poder Judiciário e do Executivo, que tem aprovado leis e feito políticas públicas. No âmbito do Legislativo, o Congresso Nacional é absolutamente silente e omisso", afirma.

Outro problema enfrentado pela população LGBT é a violência: "No Brasil, a media é de um homossexual morto a cada 26 horas. Em 2012, foram mais de 300 pessoas mortas pelo fato de serem homossexuais", destaca o deputado federal. "Os conservadores dizem que são mortas mais de 5000 pessoas por ano, independente da orientação sexual, mas é importante distinguir: há uma violência que só se abate sobre mim porque eu sou homossexual. Tem a ver com a minha identidade sexual, esse é o crime homofóbico", completa.

Para ele, a tecnologia tem servido como meio de denúncia de episódios homofóbicos. "As denuncias de crimes homofóbicos têm aumentado em parte porque os homossexuais dispõem de novas tecnologias, de redes sociais para denunciar esses crimes".

Jean explica que a homofobia não está presente somente na violência contra homossexuais, mas também de outras formas: "A homofobia é um sistema que se expressa não só na violência, mas também na injúria, na ofensa, na difamação, na negação de direitos. Isso tem que ser enfrentado não só com direito penal, mas com políticas públicas de educação, de saúde e de segurança pública", finaliza.


Fonte e Video:

Amelinha Teles sobre Ustra



Maria Amélia Almeida Teles foi presa com o marido César no DOI-CODI, em São Paulo, nos anos 70. Os filhos de 5 e 4 anos de idade foram levados para ver os pais sob tortura. A família Teles foi a primeira a mover uma ação de responsabilidade civil bem sucedida contra o homem que comandou o centro de tortura durante 4 anos, o então major Carlos Alberto Brilhante Ustra. Amelinha, como é conhecida, hoje integra a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”, que investiga os crimes da ditadura militar.

Na entrevista acima, Amelinha se refere a Danielli, Carlos Nicolau Danielli, morto sob tortura no DOI-CODI; e à sede da 36a. delegacia, que fica na rua Tutoia, em São Paulo, sede do mais conhecido centro de tortura do Brasil.


Fonte: 
Assistam o video em:

Kaviungo/ Xapanã / Omulu em sua passagem pela aldeia

Certo dia, coberto de palha como sempre viveu, Kaviungo/ Xapanã / Omulu chegou até uma aldeia após uma longa e cansativa viagem. Como todos conheciam sua ligação com as moléstias contagiosas, foi barrado antes mesmo de penetrar na aldeia.


"Não o queremos aqui!" disse o dirigente da tribo.

Kaviungo/ Xapanã / Omulu explicou que queria apenas água e comida, par prosseguir a sua viagem, mas o dirigente da tribo o expulsou sem piedade. Ele então foi sentar-se no alto de um morro próximo, passando a manhã inteira observando a subida do sol. E exatamente ao meio-dia, o sol escaldante tornou-se insuportável. A água estava quente, a comida estragada e todos da tribo se contorciam de dor e agonia.


Uns com dores de cabeça, outros na barriga e outros agiam como loucos.

Kaviungo/ Xapanã / Omulu imóvel assitia a tudo, até que o dirigente foia té ele pedir perdão.


Então, Kaviungo/ Xapanã / Omulu ao tocar na terra, a tornou fria, o mesmo fez com a água; tornou a comida comestível e curou os aldeões. Então lhe foi servido água e comida.

Antes de partir, Kaviungo/ Xapanã / Omulu lhe deu uma lição de vida:

"Vivemos num só mundo, sobre a mesma terra, debaixo do mesmo sol. Somos todos irmãos e devemos ajudar uns aos outros para que a vida seja mantida. Dar água a quem tem sede, comida a quem tem fome é ajudar a manter a vida."

Campanha nacional de combate ao trafico de animais selvagens


O CFMV e os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária lançam oficialmente, hoje, uma Campanha Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Selvagens, em homenagem aos 45 Anos do Sistema CFMV/CRMVs.

Em uma parceria inédita com as Organizações Globo e o SESI, o Sistema CFMV/CRMVs participará do projeto Ação Global em sete estados do País: Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

De forma lúdica e divertida, os estandes do CFMV no Ação Global vão oferecer uma série de atividades infantis, com foco na conscientização e no combater ao tráfico de animais selvagens.

Ajude-nos a divulgar essa campanha! Curta a nossa página e compartilhe!!!

Confira os locais do Ação Global e participe!

Distrito Federal
Centro de Ensino Fundamental 510 - Qd. 511 Cj 11 EPC 2 - Recanto das Emas

Bahia
SESI Itapagipe Av. Tiradentes, 1454, Caminho de Areia

Minas Gerais
Av. Dona Risoleta Neves (Via 240), Novo Aarão Reis

Rio de Janeiro
Av. Visconde de Santa Isabel, sem/ n°. Vila Isabel/ RJ. Antigo Jardim Zoológico

São Paulo
Parque da Juventude, Avenida Cruzeiro do Sul, 2630 Santana - SP.

Paraná
SESI - Araucária, Rodovia do xisto (marginal da BR 476) no. 5.815, Bairro Estação, Araucária-PR

Rio Grande do Sul
Parque Municipal de Eventos Almiro Grins, Rua Arlindo Geis s/n - Igrejinha, RS





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